quinta-feira, 27 de maio de 2010

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Poema: Miguel Torga
Fotografia: Michael Anderson

2 comentários:

Transmontana disse...

Boa escolha do poema para pôr, hoje, no seu blog!!!
Sou fã do Miguel Torga!!!
Parabéns e continue, que eu gosto muito de visitar este cantinho!!!
Um bom dia!
Anita

SALA DE MORAL disse...

Obrigado, um bom dia