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sábado, 5 de março de 2016

Tempo para amar

 
Mark Twain, há mais de cem anos, estava a fazer uma retrospetiva da sua vida e escreveu isto: "Não há tempo, tão breve é a vida, "para discussões, desculpas, amarguras, prestação de contas. "Só há tempo para amar"e mesmo para isso, é só um instante".
 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O Deus da moda


O Deus da Moda


Frei Bento Domingues, O. P.

1. Perguntaram, há dias, a um refugiado a razão que o tinha levado a abandonar o seu país, arriscar tudo e encontrar-se naquela situação horrível, rodeado de desconhecidos, encurralados pela polícia, sem destino garantido. A resposta surgiu da forma mais natural e óbvia: eu procuro uma vida boa e no Iraque já não se pode viver. 

Aristóteles, um dos fundadores da ética filosófica ocidental, não diria melhor. O desejo e a tenacidade são as asas do ser humano. Na desordem do mundo, impelido pela esperança, mesmo contra toda a esperança, acredita misteriosamente num horizonte de justiça e misericórdia. 

Ao começar esta crónica deparei com um texto que li, pela primeira vez, há 25 anos. Em 1990, a direcção da Revista Portuguesa de Filosofia pediu um texto ao filósofo Paul Ricoeur, autor de uma vasta e multifacetada obra de hermenêutica. A revista conseguiu a publicação de um texto inédito notável e no qual expunha a sua distinção entre ética e moral [1].

Nem a etimologia nem a história o obrigavam a marcar essa diferença, tanto mais que se tornou corrente usar indiferentemente uma ou outra palavra, para designar a fonte e as normas do comportamento humano, enquanto humano. Não se esqueça que existe, paradoxalmente, muita moral sem ética nenhuma e muita ética à vontade do freguês. 

O filósofo francês tornou fecunda essa distinção. Recolheu as duas heranças mais famosas da ética filosófica: a aristotélica - a do desejo, do prazer, da felicidade - e a kantiana - a da norma, da lei, do dever. Sem cair em falsas simplificações, desenvolveu-as nos debates sobre a justiça de J. Rawls e M. Walzer e assumiu as argúcias virtuosas de Aristóteles. 

Para Ricoeur, o que é visado pela ética define-se nestes termos: a procura da vida boa, com e para os outros, em instituições justas.

É normal e sadio que cada um procure a sua realização humana, enquanto humana, isto é, o livre desabrochar das suas aspirações e capacidades mais profundas. Não de forma isolada e egoísta, pois implica o reconhecimento, nos outros, de igual desígnio e da mesma capacidade de procura humana de felicidade. Para superar as desigualdades inevitáveis existem processos justos e o recurso humano à solicitude, à compaixão para com os mais débeis. 

Numa sociedade não bastam, porém, as relações de amizade interpessoais. Por isso, P. Ricoeur acrescenta: em instituições justas. A vida de uma comunidade histórica exige um sistema de partilha, de direitos e de deveres. A justiça consiste em atribuir a cada um a sua parte. Todos e cada um são destinatários de uma partilha justa. O sentido do que é justo faz-se notar, por vezes, mediante a exclamação da sua ausência: é injusto!

2. I. Kant resolveu eliminar do desígnio ético o desejo, o prazer, a felicidade. Esta depuração leva ao imperativo universalista, nu e cru: ”age unicamente segundo a máxima que faz com que tu podes querer ao mesmo tempo que ela se torne lei universal”. A segunda fórmula deste imperativo apresenta-se mais enriquecida: “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”. 
A grandeza e a exaltação desta fórmula nunca poderão ser exageradas e, no entanto, talvez seja a mais esquecida: a pessoa nunca pode ser usada como um meio para algo melhor do que ela. Não tem preço, é um valor absoluto.

Ricoeur não se esquece da ética das virtudes que tornam bom quem as vive e boas as suas acções. Ao concluir o seu texto, lembra que a ordem de prioridade das reivindicações de segurança, liberdade, solidariedade, etc., não são sempre as mesmas em cada povo e em cada época. Exige um debate público, sem garantias de êxito. Como dizia Aristóteles, a equidade (epieikeia) é superior à lei, pois é um correctivo da lei que por natureza é geral, abstracta não pode prever tudo. A justiça exerce-se no concreto, no singular, no imprevisto. 

3. Não renego o que escrevi, mas a realidade actual é outra. A jornalista Aura Miguel perguntou ao Papa Francisco como estava a viver a crise dos refugiados. A resposta deveria ser o nosso texto de meditação para não nos satisfazermos com alguns gestos de solidariedade, deixando o mundo correr na sua loucura para a guerra que se prepara sob os nossos olhos: “Vemos estes refugiados, esta pobre gente que escapa da guerra, da fome, mas essa é a ponta do icebergue. Porque debaixo dele, está a causa; e a causa é um sistema socioeconómico mau e injusto, porque dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo - falando do problema ecológico-, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o centro tem de ser sempre a pessoa. E o sistema económico dominante, hoje em dia, descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da moda. Ou seja, há estatísticas, não me recordo bem (isto não é exacto e posso equivocar-me), mas 17% da população mundial detém 80% das riquezas”.

Os ídolos da eterna juventude, do permanente crescimento económico, do dinheiro, do totalitarismo da falsa comunicação alimentam-se do desejo de todos ao serviço de uma elite.

Público, 27.09.2015 

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[1] Paul Ricoeur, Ethique et Morale, Revista Portuguesa de Filosofia, Janeiro-Março 1990, págs 5-17

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Vale a pena viver

Cada pessoa que amamos é um achado.


Cada momento juntos é um tesouro.

Cada dia que temos é um presente...

Vale a pena viver!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Natal - o discreto silêncio de Deus"

Para não andarmos à procura de um Deus que afinal está no meio de nós

ImagemD.R.
Por mais avassalador que seja o volume de informação que diariamente ingerimos, nunca saberemos o suficiente sobre o que se passa no mundo.
Por mais compêndios que estudemos acerca de história, ciências e artes, sempre ficará por compreender, no seu todo, o incomensurável mistério do homem. 
Vamos, por isso, percebendo aos poucos que a maior parte de nós não se diz nem se explica. Mergulha no profundo lago do simbólico e na expressão nebulosa de todas as nossas perguntas lógicas sem resposta. Ou melhor: é na simplicidade última das palavras e dos gestos que dizemos o mais sublime que há em nós e no mundo. 
À medida que vamos tateando esta teia do incompreensível e do indizível, na pesquisa inquieta do infinito que há dentro e fora de nós, como que vamos pressentindo a alma das pessoas numa aproximação desconcertante a Deus. Pessoa. Sem o sabermos dizer por inteiro, nem por inteiro o compreendermos. Socorremo-nos do rito, que parece estreito, emocional, impercetível e até ilógico. Mas é aí que encontramos algum conforto naquilo que queremos e não sabemos dizer. 
O Natal tem dois mil anos acumulados de narrativas, expressões, culturas, adulterações, aproveitamentos. E apetece-nos, por vezes, rejeitar os adereços que cruzam pensares, dizeres e interesses alheios ao sobrenatural. Mas é nosso dever tentar, até à exaustão, descobrir os ritos que o mundo de hoje, muito fragmentariamente, oferece de simplicidade, beleza, solidariedade, compaixão, reconciliação, encontro de família, gestos de ternura, a que só falta um nome que aos cristãos compete explicitar: Jesus. O Natal tem excessos de verniz e clarões de brilho fátuo. Mas interessa potenciar e até reconverter estes signos que se escondem na aparente profanidade das manifestações sociais. 
Importa ouvir esse sermão que ressoa do deserto, por outras palavras, e repete elementos essenciais da mensagem de Jesus há dois mil anos proclamada. Para não andarmos aturdidos à procura dum Deus que afinal está no meio de nós. 


Título original do texto: "Natal - o discreto silêncio de Deus"



António Rego 
In "Um ramo de amendoeira", ed. Paulinas 
Publicado em 07.12.2014
Fonte: Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O Espírito de Deus sopra onde quer

O jesuíta norte-americano Guy Consolmagno, doutorado em Astronomia, é curador da coleção de meteoritos do Observatório Astronómico do Vaticano, uma instituição muito prestigiada nesse meio de investigação científica.
Não gosta de ouvir falar em conflito entre ciência e religião. No seu estilo de explicar, de forma simples e até divertida, as questões complexas dos conceitos e das descobertas astronómicas, lembra aqueles que comprovaram que o conflito entre ciência e fé pode deixar de levantar problemas na prática.
Aduz os exemplos seguintes, provocando a reflexão, como aconteceu na entrevista que deu, em 2001, à revista “Appalchian Magazine”: «A ciência começou nas universidades. Quem fundou as universidades? A Igreja. Quem é o pai da Geologia? Alberto Magno, que era monge. Quem é o pai da Química? Roger Bacon, um monge. Quem desenvolveu a Genética? Gregor Mendel, um monge. Quem foi o primeiro a classificar as estrelas pelos seus espectros? Angelo Secchi, um padre jesuíta. Quem desenvolveu a teoria do Big Bang? Georges Lemaitre, um padre belga».
Consolmagno acaba de vencer a medalha Carl Sagan, atribuída pela Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana.
É um prémio criado em 1998, dos mais prestigiados para cientistas daquele ramo, e destina-se a premiar a pessoa que mais se destacou para a compreensão pública das ciências planetárias.
O astrónomo premiado nasceu nos Estados Unidos e, em 1991, professou como irmão jesuíta, mas nunca foi ordenado sacerdote.
Quando chegou a Roma, doutorado em Astronomia, foi chamado para trabalhar no Observatório Astronómico do Vaticano, em Castelgandolfo.
Não recusaria batizar um extraterrestre que lhe pedisse o batismo, como defende no livro “Batizarias um extraterrestre?”, que publicou em parceria com o padre jesuíta Paul Mueller.
A questão não é tão disparatada como alguns podem pensar, afastando-a sem verificar sequer se tem ou não alguma lógica.
Também o Papa Francisco já falou dessa hipótese, numa homilia do passado mês de maio, quando perguntou: «Se amanhã viesse uma expedição de marcianos, por exemplo, e algum deles nos visitasse, com o nariz e as orelhas grandes como os pintam as crianças, e nos dissesse “Quero ser batizado”, que aconteceria?».
O Papa Francisco estava a desenvolver o tema que toda a gente tem “direito” a receber o Espírito Santo, inclusive aqueles que, como grandes alienígenas verdes, no caso de existirem, são certamente bem diferentes de nós.
Não estou a defender a existência dos extraterrestres, mas, na linha do Papa, não gosto que alguém privatize o Espírito de Deus, na veleidade de lhe ter o exclusivo. Ele continua a soprar a quem quer, como quer e quando quer.
Ainda bem que deu tanto talento ao irmão jesuíta Guy Consolmagno.
 
Cón. Rui Osório
In "Voz Portucalense"
Publicado em 19.11.2014

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Significado do sinal da cruz

Aprendemos este gesto desde crianças, mas conhecemos realmente o seu verdadeiro significado?
Nas normas expostas no Missal Romano, quando se explica o comportamento indicado para o momento da proclamação do Evangelho, estabelece-se que o diácono ou o sacerdote que anuncia a Palavra, depois de ter feito o sinal da cruz sobre a página do Evangeliário, deve fazê-lo também sobre a testa, sobre os lábios e sobre o coração.
O sinal da cruz triplo também é feito pela assembleia. E tudo isto não pode ser considerado como um mero ritual, mas um forte convite que a Igreja faz, sublinhando a grande importância dada ao Evangelho.
A Palavra de Deus, que é sempre a luz que ilumina o caminho dos fiéis, precisa de ser acolhida na mente, anunciada com a voz e conservada no coração. Tudo isto nos recorda que é necessário empenharmo-nos em compreender a Palavra de Deus com atenção e inteligência iluminada.
Esta Palavra deve ser anunciada e proclamada por todo o cristão, porque a evangelização é um dever de todos os batizados. Precisa de ser amada e guardada no coração, para se tornar depois norma de vida.
Todos nós somos convidados a examinarmo-nos sobre como acolhemos o Evangelho, como nos comprometemos no anúncio desta mensagem, como conformamos nossa vida segundo suas indicações.
Somos convidados a ser um “Evangelho ilustrado”, o “quinto Evangelho”, não escrito com tinta, mas com a nossa própria vida.
Acolhamos com a mente, anunciemos com os lábios, conservemos no coração o tesouro da Palavra de Deus e, ao longo deste caminho, confiemos as nossas vidas ao Senhor, para sermos reflexo da verdadeira luz no meio às trevas do mundo de hoje.

Artigo do Pe. Antonio, monge no Mosteiro de São Bento, de Monte Subiaco, Itália 
via Aleteia

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mãos



 
Midrach Rabba, sobre o Eclesiastes:
“Quando o homem vem ao mundo, suas mãos estão sempre fechadas, como se quisesse dizer: ‘o mundo inteiro é meu e conseguirei dominá-lo’”
“Quando o homem parte do mundo, suas mãos estão sempre abertas, como se quisesse dizer: ‘não tenho nada em meu poder. Tudo o que posso levar são minhas lembranças, tudo o que posso deixar são meus exemplos’”.  Paulo Coelho

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ecumenismo global de socorro

Na sua crónica no Público, sob o título Consciência ecuménica, consciência baptismal, frei Bento Domingues escreve sobre a urgência de um “ecumenismo global de socorro”:
 
A maioria dos cristãos nada sabe das outras tradições eclesiais, a não ser os lugares-comuns de desconfiança mútua, transmitidos em casa ou nas igrejas. A verdadeira falta de ecumenismo entre as igrejas cristãs é uma falta de cristianismo e não apenas de inconvenientes a propósito de baptismos e casamentos que se resolvem de forma mais ou menos burocrática.
Em certas zonas do mundo, o cenário é devastador: matam-se os cristãos sem perguntar pela identidade eclesial. O cristianismo está a ser completamente eliminado. É urgente um ecumenismo global de socorro.
 
(o texto integral pode ser lido aqui)

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Querer agradar a todos ...não adianta.

 
"Quando você começa a fazer alguma coisa, sempre tem alguém torcendo contra. Se você consegue ultrapassar as primeiras difi­culdades, a “torcida contra” aumenta.
É preciso saber aproveitar isto. Não adianta querer agradar todo mundo.
Só os medíocres conseguem isso, e mesmo assim à custa de muito sacrifício pessoal.
Tampouco adianta ficar ressentido, ou odiar quem não o ama. Convença-se de que isto faz parte do trabalho.
Use a energia da “torcida contra” para adestrar sua vontade, para ser mais profun­do e mais sério no que está fazendo. Aproveite.
Entretanto, se este tipo de torcida afastar você de seu caminho, é porque este não era seu caminho. Se fosse, só mesmo a mão de Deus poderia ter feito alguma coisa contra".
Paulo Coelho



domingo, 10 de novembro de 2013

O mais importante não muda...



A pele cria rugas, o cabelo torna-se branco, os dias transformam-se em anos…Mas o mais importante não muda; a tua força e convicção, não tem idade.
O teu espirito limpa tudo o que é fútil.
Por trás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Por trás de cada sucesso, há outro desafio.
Enquanto estás vivo, sente-te vivo.
Se estranhas o que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotos amarelas…
Continua, mesmo que todos esperem que abandones.
Não deixes oxidar o aço que há em ti.
Age de maneira que, em vez de te lastimarem, te tenham respeito.
Quando, devido aos anos, não podes correr, anda mais devagar.
Quando já não podes caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca pares.

Madre Teresa de Calcutá

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ficar juntos



“Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.  Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupo; assim, se agasalhavam e protegiam mutuamente.
Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos – justamente os que forneciam mais calor. E, por isto, tornaram a se afastar uns dos outros.
Voltaram a morrer congelados. E precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da face da Terra, ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E terminaram sobrevivendo.”    Paulo Coelho

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Captar Deus

 
“Captar Deus é tê-lo em todas as dimensões da vida, não apenas em situações privilegiadas, como quando se comunga ou se reza.Ter a experiência de Deus sempre – andando na rua, respirando o ar poluído, alegrando-se, tomando cerveja, procurando entender um texto que se esteja estudando. Deus vem misturado com tudo isto; e qualquer situação é suficientemente boa para captá-lo e dizer: ‘Ele anda connosco’.
“A chave do místico é procurar ver o que está por trás de cada coisa, o que a constitui e sustenta. Não ficar preso ao superficial, – mas fazer de tudo um símbolo, um sinal, um sacramento, uma imagem”.
“Para quem tem a experiência de Deus, o mundo é uma grande mensagem”.
Leonardo Boff

sábado, 7 de setembro de 2013

O que devia ter pedido antes...


O homem santo reuniu os seus amigos: “Estou velho”, disse ele.
“E sábio”, respondeu um dos amigos. “Sempre te vimos rezando durante todo este tempo. O que conversas com Deus?”
“No começo, eu tinha o entusiasmo da juventude: pedia a Deus que me desse forças para mudar a humanidade. Aos poucos, percebi que isto era impossível, então passei a pedir a Deus que me desse forças, mas para mudar quem estivesse à minha volta”.
“Agora já estou velho, e a minha oração é muito mais simples. Peço a Deus o que devia ter pedido desde o começo”.
“O que pedes?”, insistiu o amigo.
“Peço para que consiga mudar a mim mesmo”. Paulo Coelho

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Arte de viver


"Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência... sempre."
Hermann Hesse

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tornar úteis os dias úteis



Às vezes, demasiadas vezes,
a vida assemelha-se a uma repartição cinzenta,
onde os horários se cumprem sem empenho.
Estamos, mas fazemos sem compromisso íntimo.
Falamos e fazemos,
mas sentindo o nosso interesse noutro lado.
Vivemos, claro, mas com o coração distante.
 
Como é necessário tornar realmente úteis
os dias úteis!
 
Úteis não apenas por imposição do calendário.
Úteis, porque vividos com generosidade e sentido.
Úteis, porque não os atropelamos
na voragem das solicitações,
na dispersão das coisas,
mas sabemos (ou melhor, ousamos) fazer deles
lugar de criação e descoberta,
tempo de labor e de escuta,
modo de acção e de contemplação.
É preciso acolher o “inútil”
se quisermos chegar ao verdadeiramente útil.
P. José Tolentino Mendonça

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gato com rabo de fora


Vale a pena refletir nesta pequena história. Talvez nos esclareça algumas dúvidas....
Imaginem que um casal chega a um hotel da vossa terra e pergunta quanto custa um quarto para o fim-de-semana.
O rececionista responde: 100 euros pelos 2 dias.
Muito bem. Responde o cavalheiro. Mas gostaríamos de conhecer as vossas instalações antes de reservarmos. O quarto, a piscina, o restaurante...
- Não há problema, responde o rececionista. Os Srs. deixam uma caução de 100 euros, levam a chave e podem visitar as nossas instalações à vontade.
Se não gostarem nós devolvemos o dinheiro.
- Combinado, disse o casal.
Deixaram os 100 euros e foram visitar o hotel.

Acontece que:
O rececionista devia 100 euros à mercearia do lado e foi a correr pagar a dívida.
O merceeiro devia 100 euros na sapataria e foi a correr pagar a dívida.
O sapateiro devia 100 euros no talho e foi a correr pagar a dívida.
O talhante devia 100 euros à agência de viagens e foi a correr pagar a dívida.
O dono da agência devia 100 euros ao hotel e foi a correr pagar a dívida…

Nisto o casal completou a visita e informou que afinal não vai ficar no hotel.
- Não há problema. Tal como lhe disse, aqui tem o seu dinheiro, devolveu o rececionista.

Conclusão:
Toda a gente pagou a quem devia... sem dinheiro nenhum.
O casal levou os 100 euros que pagaram todas as 5 dívidas no valor total de 500 euros.
Ponham aqui os olhos e percebam que todo o sistema financeiro pode ser uma fraude.
Zero euros pagaram 500 em dívida.
E podíamos continuar indefinidamente.

Como disse Milton Friedman:
"Não perguntem onde está o dinheiro porque ele não está em lado nenhum!"
Pe. Carlos Azevedo