D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, escreve uma
Nota Pastoral de EMRC "saudando todos os agentes da educação e lembrando a
EMRC como "fundamental para uma maior humanização da sociedade".
Antes de mais, saúdo todos os agentes de educação, professores,
direções, pessoal administrativo e auxiliar, pais e encarregados de educação, e
particularmente os alunos, desta nossa amada Diocese de Bragança-Miranda.
A educação é fundamental para o crescimento e
desenvolvimento, humano e intelectual. Todos sabemos, ainda, que a Educação
Moral e Religiosa Católica (E.M.R.C.) na escola pública, do 1º ano até ao
último ano do secundário é, por disposição legal, de oferta obrigatória e de
frequência facultativa. Ela oferece uma educação integral, que perspetiva a
vida assente em valores, e no nosso caso nos valores cristãos. Na sociedade em
que vivemos importa superar a crise mediante a assimilação dos mencionados
valores.
Hoje está em crise a capacidade de uma geração de adultos
em educar os próprios filhos. Por muito tempo se apregoou que a liberdade é a
ausência de história, que se pode ser grande sem pertencer a nada nem a
ninguém, seguindo só o gosto e o prazer pessoal. Tornou-se até normal pensar
que tudo é igual, que nada tem valor senão o dinheiro, o poder e a posição
social. Viveu-se como se a verdade não existisse e o desejo da felicidade que
dá forma ao coração humano fosse destinado a não obter nenhuma resposta.
Todavia, não se pode conceber uma educação neutra. Assim, pensamos que a disciplina de E.M.R.C.
pode ajudar e contribuir para uma maior humanização da sociedade, para o
desenvolvimento da personalidade e contribuir para uma inserção criativa no
mundo.
A educação está sempre baseada numa ideia e num projeto
de pessoa e de sociedade em que a dimensão religiosa também tem o seu lugar e
espaço e não entra como um acessório. O seu lugar é a escola. Por isso a
presença da E.M.R.C. ou de outra confissão na escola, não é um privilégio mas
um direito. Não pode depender da boa ou má vontade das direções ou dos
diretores de turma, e muito menos se concebe que haja na escola quem a
menospreze e até a desaconselhe, quando ocorre o período das matrículas. É um
direito consagrado na legislação do país e na concordata. Assim apelo a que se
respeite a legislação, no que concerne à sua obrigatória oferta, à constituição
dos horários e das turmas. Não é uma disciplina menor.
Aos pais e encarregados de educação peço a sensibilidade
e a atenção para fazerem valer a legislação mencionada e recomendo a
generosidade de ousarem matricular os seus educandos na disciplina de E.M.R.C.,
a partir do 1º ano ate ao 12º ano, pois assim promoverão a excelência e a
educação integral e concorrerão para que a disciplina se torne útil.
D. José Manuel Garcia
Cordeiro
Bispo de Bragança-Miranda
1 comentário:
Concordo plenamente com o Sr. Bispo de Bragança. A disciplina de Educação Moral e Religiosa é uma mais valia para a formação dos alunos. Porém, não sei a quem atribuir a culpa, nem todos os alunos, especialmente a partir do 3º ciclo, aderem a esses ensinamentos. Conto o caso dos meus netos: A mais velha, caloira da Faculdade de Economia do Porto, seguiu todo o itinerário religioso: 1ª Comunhão, Profissão de Fé, Crisma e, enquanto esteve cá, foi colaborante com as catequistas encarregadas de preparar os meninos para a 1ª Comunhão. Este ano, já não é tão assídua porque o estudo não lhe deixa tanto tempo livre, mas ainda vai lá, alguns fins de semana. No entanto, quando chegou ao 7º ano de escolaridade, recusou-se a frequentar as aulas de moral.
O irmão, agora a frequentar o 7ºano, fez a 1ª Comunhão e não quis frequentar mais a catequese, no entanto, sempre gostou da disciplina de Religião e Moral e adora as aulas e diz querer continuar no próximo ano. Conclusão: os pais são os mesmos e os caminhos trilhados são muito diferentes.Diferença de atitude em relação aos respetivos professores? Eu creio que pode estar aí a razão. Nem toda a gente sabe cativar os alunos de modo a eles quererem frequentar as suas aulas...
Uma tarde feliz.
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