sexta-feira, 11 de maio de 2012

Da Beleza



"A uma sociedade como a nossa, que quer viver tudo em pouco tempo, é preciso opor e propor a coragem do longo prazo, do tempo, da liberdade e da concentração do espírito e dos sentidos. O ritmo da sociedade apressada, pressionada, stressada não e conciliável com a verdadeira perceção, a interiorização, o deslumbramento e a contemplação."
D. António Marto

2 comentários:

Transmontana disse...

A civilização da beleza e do amor

A experiência cristã tem em si uma força intrínseca de irradiação, para o mundo, da beleza que salva. A fé, a esperança, a caridade, vividas no mundo e celebradas na liturgia, são fonte de uma cultura humanístico-social, na medida em que são portadoras de atitudes e comportamentos pessoais e sociais, nos vários âmbitos da convivência humana: o testemunho do mistério, a experiência da fraternidade, o espírito da reconciliação e da paz, o sentido da partilha e da solidariedade, a força da esperança, a busca da justiça, a experiência da Igreja como «casa e escola de comunhão», as atitudes de acolhimento e hospitalidade, a dimensão festiva da vida, a celebração do domingo como principio de humanização e de repouso interior e exterior dos homens com Deus, com os outros e com a natureza, são atitudes fundamentais que configuram uma espiritualidade incarnada no mundo, contributo indispensável para construir a civilização da Beleza e do Amor.

Secretariado nacional da Pastoral da Cultura

flor m disse...

Boa noite....

hoje partilho outro texto que gosto.... e que ao refletir me ajudou......

O lago
Não deves recusar o esforço, porque ele é um caminho.
Num lugar que terás de descobrir – que fica sempre alto e longe – existe para ti uma lagoa meio escavada na rocha, com relva muito verde em parte das margens e cantos alegres de pássaros calmos.
Encontram-se lá os que amas, fortes e generosos. Sorridentes.
Há sol e também a sombra de altas árvores. Por cima, apenas o céu, à distância de um último salto.
Não é um destino inevitável, mas um lugar onde és esperado e que podes, ou não, alcançar, conforme a medida do teu desejo. Só quando lá chegares terás alcançado toda a tua envergadura. Só lá te encontrarás contigo mesmo.
Existes para chegar a esse lago. Os teus olhos são capazes de pousar nas suas águas limpas, que reflectem já o céu que lhes há por cima.
Não se pode querer mal aos caminhos que conduzem a lugares assim, embora sejam escarpados e se torne impossível evitar ferimentos e cansaços quando se segue por eles.
Se o teu desejo de chegar for grande, nenhum esforço te parecerá demasiado penoso. E, embora vás a caminho, terás sempre contigo qualquer coisa que é já de ter chegado. Talvez uma certa forma de olhar, resultante daquela luz que se acende por dentro quando nos pomos a caminho dispostos a tudo o que aparecer.
E nem haverá problema se a morte te encontrar assim, ainda no gesto de subir: já tens em ti o teu lago, na imagem dele que te fez partir.
Não deves recusar a dor, porque ela te constrói, te marca os limites e te faz crescer por dentro dos teus muros.
Sem ela, não passarias de um projecto do homem que hás-de ser. Ela edifica-te os músculos, a cabeça e o coração, e não existe outra maneira de chegares a ser aquilo que deves vir a ser.
Se não sofresses não haveria ninguém dentro de ti.
No cumprimento sério dos teus deveres, encontrarás a dor na forma de esforço e de cansaço.
Mas pode muito bem ser que, tarde ou cedo, ela te procure sem disfarces e te faça chorar ou gemer. É frequente que ela se apresente assim, numa nudez que parece cruel e faz lembrar facas ou agulhas.
Nem por isso te deves assustar ou desistir.
Quando te parecer que tudo está perdido, ri-te, se puderes. É que te estão a oferecer um degrau que te deixará incomparavelmente mais acima no caminho. Deves ver nisso o sinal de que – por qualquer razão – é tempo de andares depressa.
Sobretudo, não te queixes. Há assim metamorfoses que parecem aniquilar, mas não passam de formas de fazer surgir a borboleta.
Não te queixes, porque receberás umas asas e cores novas.
O teu lago – de onde de tão perto se pode olhar o céu – tem um preço que tu saberás dar e não é tão grande assim.
Paulo Geraldo




No mais impensável momento a "beleza" nos surpreende..


Uma boa noite................bjs