sábado, 22 de março de 2014

Dar de beber aos outros...


“Em todo o caso, lá somos chamados a ser pessoas-cântaro
para dar de beber aos outros”
(Papa Francisco, E,G. 86)

quinta-feira, 20 de março de 2014

Peço-Te


Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
 
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.
 
Há muitas coisas que não quero ver.
 
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.
                  Sophia de Mello Breyner Andresen
 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Devagar...


Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar…
Sim, devagar…
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar…
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima…

Talvez isso tudo…
Mas o que me preocupa é essa palavra devagar…
O que é que tem de ser devagar?
Se calhar é o universo…
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

Álvaro de Campos

sábado, 15 de março de 2014

Este é o meu Filho...

 
 

“Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O!”
                                                                                   (Mt.17,1-9)

sexta-feira, 14 de março de 2014

É o tempo que vem e vai...


Quaresma é o tempo que vem e vai,
tempo para ser vivido em caminho,
sem se instalar, sem o reter, sem lamento,
com a esperança sempre à flor da pele
e o olhar fixo noutro tempo,
a Páscoa, que é definitiva.
Florentino Ulibarri

quarta-feira, 12 de março de 2014

Conta as estrelas do céu

             
"...Conta as estrelas do céu,
soma tudo o que Eu já fiz por ti.
Antes do mar, antes que houvesse luar,
Antes do tempo eu já esperava por ti.
Ai se soubesses do amor, uma só noite, uma paixão,
Tu correrias pr’a mim e dançarias com a cruz
Coisas da vida ao som da Minha canção.
Vês-me quando caminho, vês-me quando descanso,
Segues atento cada passo que eu der.
Vês-me quando tropeço e nem aí me queres condenar..."
Conta as estrelas do céu, Pe. Nuno Tovar de Lemos)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Decálogo da serenidade do Papa João XXIII


1- Procurarei viver, pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida e de uma só vez.
2- Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência; cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.
3-  Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste.
4- Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a adaptarem-se aos meus desejos.
5-  Hoje, apenas hoje, dedicarei 10 minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma.
6-  Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação, e não direi a ninguém.
7-  Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.
8- Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado, talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei, e fugirei de dois males: a pressa e a indecisão.
9- Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem ao contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo.
10- Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.
                                                                                                                                                                    Papa João XXIII



sábado, 8 de março de 2014

Tempo propício


 
Bendito sejas, Pai, por este tempo tão oportuno,  para a conversão e o encontro, que Tu concedes gratuitamente a todos os teus filhos que andamos desorientados pelos caminhos da vida.
Bendito sejas, Pai, porque chamas a cada homem e mulher, seja qual seja for a sua história ou a sua vida, a empreender cada dia, de maneira mais pessoal e consciente, o seu compromisso de seguir Jesus, teu Filho e nosso Irmão.
Bendito sejas, Pai, por nos despertares dos nossos doces sonhos, tão vaporosos e infecundos, por nos interpelares no radical da vida, por nos libertares das nossas falsas seguranças, por pores a descoberto os nossos ídolos secretos que tanto defendemos e tentamos justificar.
Bendito sejas, Pai, porque nos dás o teu Espírito, único que pode converter-nos, o único que pode dar-nos um coração de filhos, único que pode atravessar os nossos pensamentos, único que pode  guiar-nos pela senda do Evangelho, único que torna possível o  nosso regresso ao teu seio.
Bendito sejas, Pai, por este tempo tão propício!

                                                                  Florentino Ulibarri

sexta-feira, 7 de março de 2014

Pó e só pó

"Lembra-te, ó homem, que és pó, e pó te hás-de tornar!

Quem faz questão de nos lembrar isto continuamente não é a Igreja na sua Liturgia das Cinzas. Quem faz questão de o mostrar de tantas maneiras são as potências e os potentes do mundo que, por sua vontade, reduziriam tudo a pó para construírem os pedestais dos seus próprios bustos glorificados. Passamos os olhos por quatro dos cinco continentes e vemos, neste preciso momento, o pó no ar, levantado, revolvido, nas praças de tantas lutas e nas valas comuns de algumas chagas abertas da Humanidade. Entre gente que avança e gente que foge, a verdade é que há horas em que aparecemos diante do nosso próprio olhar como coisa bem estranha! Se Jesus criticava os que queriam construir a vida sobre a areia, hoje certamente criticaria aqueles que querem construir sobre as cinzas de tudo o que estão dispostos a destruir no caminho.

Lembra-te, ó homem, que és pó, e pó te hás-de tornar!

A ciência também já aprendeu, maravilhada, este refrão! Somos poeira estelar, pó do Universo, e voltaremos a integrar dessa maneira o cosmos que formamos. Isso é maravilhoso. Não é o pó levantado pelos nossos pés em luta, mas o pó estelar que tem milhões de anos de histórias para contar. E nós, maravilhosamente, parte disto. Parte de uma partitura criacional imensa, grandiosa... Com uma estrutura nuclear e molecular da qual não somos donos mas devedores. Somos, biologicamente, uma dívida! Vivemos, em tudo, de Graça. No mais matricial da nossa existência, não temos a hipótese de ser donos nem individuais: somos graciosos e interligados a tudo. Acredito que o caminho da conversão da nossa vida também passa muito por aqui, pela descoberta da existência como Pertença e Graça".
Rui Santiago

quarta-feira, 5 de março de 2014

Mensagem do Papa Francisco - Quaresma

Papa: "Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza"
Hoje, dia 5 de março a Igreja inicia o tempo quaresmal. Carrega aqui, e vê a mensagem do Papa Francisco para a vivência deste tempo subordinada ao tema "Fez -se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza"( 2Cor 8,9)

Quaresma 2014


“Meu Pai, Eu me abandono a Ti!

Faz de mim o que quiseres.

O que fizeres de mim,
Eu Te agradeço.


Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
e em tudo o que Tu criastes!



Nada mais quero, meu Deus.
Nas Tuas mãos entrego a minha vida.

Eu Te a dou, meu Deus,
com todo o amor do meu coração,
porque Te amo



E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
Entregar-me nas Tuas mãos sem medida
com uma confiança infinita



Porque Tu és... Meu Pai!    
                                                                                       (Charles de Foucauld)

sábado, 1 de março de 2014

Domingo VIII do Tempo Comum

Quais são as nossas prioridades na vida? O tempo é breve...
É preciso que  dirijamos o nosso olhar para o que é verdadeiramente importante e que libertemos o nosso coração daquilo que é secundário. O cristão não vive obcecado com os bens mais primários, pois tem absoluta confiança nesse Deus que cuida dos seus filhos com a solicitude de um pai e o amor gratuito e incondicional de uma mãe.