domingo, 9 de janeiro de 2011

Poema do homem-rã

Sou feliz por ter nascido
no tempo dos homens-rãs
que descem ao mar perdido
na doçura das manhãs.
Mergulham, imponderáveis,
por entre as águas tranquilas,
enquanto singram, em filas,
peixinhos de cores amáveis.
Vão e vêm, serpenteiam,
em compassos de ballet.
Seus lentos gestos penteiam
madeixas que ninguém vê.

Com barbatanas calçadas
e pulmões a tiracolo,
roçam-se os homens no solo
sob um céu de águas paradas.

Sob o luminoso feixe
correm de um lado para outro,
montam no lombo de um peixe
como no dorso de um potro.

Onde as sereias de espuma?
Tritões escorrendo babugem?
E os monstros cor de ferrugem
rolando trovões na bruma?

Eu sou o homem. O Homem.
Desço ao mar e subo ao céu.
Não há temores que me domem
É tudo meu, tudo meu.

António Gedeão
Enviada por Anita - "Transmontana" Obrigada

3 comentários:

flor disse...

Este poema não me diz muinto.. é a verdade e a imagem bom ate me assusta... mas sim entendo a gostos... e interpetações diferentes é normal.....

Tanta coisa me suprende... agora tenho bom como sempre o coração aberto a tudo ... de forma a que entenda tudo no silencio....
tanta coisa poderia dizer neste momento... mas não sinplesmente digo...


EU CREIO EM TI........

e fico no silencio do meu quarto...



Um bom Domingo com muita alegria e paz acima de tudo.. e tentemos estar abertos para novas realidades mas nunca esquecendo aquilo que é importante... o Amor..... ha e ja me esquecia parabens a senhora pelo poema....

ser feliz.....

No fundo de cada alma
Ha tesouros escondidos
que somente o amor
permite descobrir...

Transmontana disse...

Agradeço, sinceramente, ter aproveitado este poema, do poeta que eu muito aprecio, António Gedeão, e tê-lo ilustrado com tanta beleza que, ao que parece, não agrada a toda a gente!!!
Tenha um bom fim de domingo!
Anita

Transmontana disse...

Pequeno Poema

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

Sebastião da Gama

Mais um poema, este, de Sebastião da Gama, esse grande professor, muito adiantado no seu tempo!

Um final de dia feliz!
Anita