segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
O Verbo fez-se carne ....
“Porque
é que o Verbo encarnou?”
O Verbo fez-Se carne para nos salvar,
reconciliando-nos com Deus: «Foi Deus que nos amou e enviou o seu Filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «O Pai
enviou o Filho como salvador do mundo» (1 Jo 4,14). «E Ele veio para
tirar os pecados» (1 Jo 3, 5)
O Verbo fez-Se carne, para que assim conhecêssemos o
amor de Deus: «Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus
enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele» (1 Jo 4,
9). «Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho Unigénito, para
que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo
3, 16).
O Verbo fez-Se carne, para ser o nosso modelo de
santidade: «Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim [...] » (Mt 11,
29). «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo
14, 6).
O Verbo fez-Se carne, para nos tornar «participantes
da natureza divina» (2Pe 1, 4): «Pois foi por essa razão que o Verbo
Se fez homem, e o Filho de Deus Se fez Filho do Homem: foi para que o
homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a adoção
divina, se tornasse filho de Deus»
Retomando a
expressão de São João («o Verbo fez-Se carne»: Jo 1, 14), a Igreja chama
«Encarnação» ao facto de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana, para
nela levar a efeito a nossa salvação.
A fé na verdadeira
Encarnação do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: «Nisto haveis de
reconhecer o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo
encarnado é de Deus» (1 Jo 4, 2). É esta a alegre convicção da Igreja desde
o princípio, ao cantar «o grande mistério da piedade»: «Ele manifestou-Se na
carne» (1 Tm 3, 16).
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Boas Festas
Deus no teu regaço, mãe,
pequeno e indefeso;
a infância de Deus aconchegada à nossa infância, não já no pensamento divino ou na
visão dos profetas, misterioso e escondido, mas visível na carne:
Deus que se toca e mexe e
chora. Olha o mundo imenso
com olhos pequeninos.
O Teu Menino chama-se ‘Misericórdia’, mãe.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
terça-feira, 13 de outubro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
O Deus da moda
O Deus da Moda
Frei Bento Domingues, O. P.
1. Perguntaram, há dias, a um refugiado a razão que o tinha levado a abandonar o seu país, arriscar tudo e encontrar-se naquela situação horrível, rodeado de desconhecidos, encurralados pela polícia, sem destino garantido. A resposta surgiu da forma mais natural e óbvia: eu procuro uma vida boa e no Iraque já não se pode viver.
Aristóteles, um dos fundadores da ética filosófica ocidental, não diria melhor. O desejo e a tenacidade são as asas do ser humano. Na desordem do mundo, impelido pela esperança, mesmo contra toda a esperança, acredita misteriosamente num horizonte de justiça e misericórdia.
Ao começar esta crónica deparei com um texto que li, pela primeira vez, há 25 anos. Em 1990, a direcção da Revista Portuguesa de Filosofia pediu um texto ao filósofo Paul Ricoeur, autor de uma vasta e multifacetada obra de hermenêutica. A revista conseguiu a publicação de um texto inédito notável e no qual expunha a sua distinção entre ética e moral [1].
Nem a etimologia nem a história o obrigavam a marcar essa diferença, tanto mais que se tornou corrente usar indiferentemente uma ou outra palavra, para designar a fonte e as normas do comportamento humano, enquanto humano. Não se esqueça que existe, paradoxalmente, muita moral sem ética nenhuma e muita ética à vontade do freguês.
O filósofo francês tornou fecunda essa distinção. Recolheu as duas heranças mais famosas da ética filosófica: a aristotélica - a do desejo, do prazer, da felicidade - e a kantiana - a da norma, da lei, do dever. Sem cair em falsas simplificações, desenvolveu-as nos debates sobre a justiça de J. Rawls e M. Walzer e assumiu as argúcias virtuosas de Aristóteles.
Para Ricoeur, o que é visado pela ética define-se nestes termos: a procura da vida boa, com e para os outros, em instituições justas.
É normal e sadio que cada um procure a sua realização humana, enquanto humana, isto é, o livre desabrochar das suas aspirações e capacidades mais profundas. Não de forma isolada e egoísta, pois implica o reconhecimento, nos outros, de igual desígnio e da mesma capacidade de procura humana de felicidade. Para superar as desigualdades inevitáveis existem processos justos e o recurso humano à solicitude, à compaixão para com os mais débeis.
Numa sociedade não bastam, porém, as relações de amizade interpessoais. Por isso, P. Ricoeur acrescenta: em instituições justas. A vida de uma comunidade histórica exige um sistema de partilha, de direitos e de deveres. A justiça consiste em atribuir a cada um a sua parte. Todos e cada um são destinatários de uma partilha justa. O sentido do que é justo faz-se notar, por vezes, mediante a exclamação da sua ausência: é injusto!
2. I. Kant resolveu eliminar do desígnio ético o desejo, o prazer, a felicidade. Esta depuração leva ao imperativo universalista, nu e cru: ”age unicamente segundo a máxima que faz com que tu podes querer ao mesmo tempo que ela se torne lei universal”. A segunda fórmula deste imperativo apresenta-se mais enriquecida: “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”.
A grandeza e a exaltação desta fórmula nunca poderão ser exageradas e, no entanto, talvez seja a mais esquecida: a pessoa nunca pode ser usada como um meio para algo melhor do que ela. Não tem preço, é um valor absoluto.
Ricoeur não se esquece da ética das virtudes que tornam bom quem as vive e boas as suas acções. Ao concluir o seu texto, lembra que a ordem de prioridade das reivindicações de segurança, liberdade, solidariedade, etc., não são sempre as mesmas em cada povo e em cada época. Exige um debate público, sem garantias de êxito. Como dizia Aristóteles, a equidade (epieikeia) é superior à lei, pois é um correctivo da lei que por natureza é geral, abstracta não pode prever tudo. A justiça exerce-se no concreto, no singular, no imprevisto.
3. Não renego o que escrevi, mas a realidade actual é outra. A jornalista Aura Miguel perguntou ao Papa Francisco como estava a viver a crise dos refugiados. A resposta deveria ser o nosso texto de meditação para não nos satisfazermos com alguns gestos de solidariedade, deixando o mundo correr na sua loucura para a guerra que se prepara sob os nossos olhos: “Vemos estes refugiados, esta pobre gente que escapa da guerra, da fome, mas essa é a ponta do icebergue. Porque debaixo dele, está a causa; e a causa é um sistema socioeconómico mau e injusto, porque dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo - falando do problema ecológico-, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o centro tem de ser sempre a pessoa. E o sistema económico dominante, hoje em dia, descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da moda. Ou seja, há estatísticas, não me recordo bem (isto não é exacto e posso equivocar-me), mas 17% da população mundial detém 80% das riquezas”.
Os ídolos da eterna juventude, do permanente crescimento económico, do dinheiro, do totalitarismo da falsa comunicação alimentam-se do desejo de todos ao serviço de uma elite.
Público, 27.09.2015
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[1] Paul Ricoeur, Ethique et Morale, Revista Portuguesa de Filosofia, Janeiro-Março 1990, págs 5-17
domingo, 27 de setembro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Caminho .....
"Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores,
o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada".
Clarice Lispector in Crónicas no ‘Jornal do Brasil (1968)’ .
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
terça-feira, 25 de agosto de 2015
domingo, 23 de agosto de 2015
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
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