domingo, 25 de abril de 2010

Silêncio

A chuva embate com fúria contra as janelas, às rajadas do vento.
Estou mais só, sem a passagem de mim para lá da vidraça.
Se tu viesses.Ainda que trouxesses a tua pequena ruga de irritação.
E se te sentasses aqui comigo à braseira a ouvir a tempestade.
E eu te tomasse uma tua mão, abandonada e fria.
E houvesse calor bastante em fitar o teu olhar.
E soubesses como era bom eu olhar-te.
E inventássemos a harmonia de estarmos assim um com o outro até sempre, a ouvir a chuva e o vento.
E ficássemos assim em silêncio, por já termos dito tudo.
Vergílio Ferreira

1 comentário:

ANA RITA disse...

O SILêNCIO POR VEZES É MELHOR DO QUE MILHARES DE PALAVRAS.