Por teus olhos acesos de inocência
Me vou guiando agora, que anoitece.
Rei Mago que procura e desconhece O caminho!
Sigo aquele que adivinho anunciado
nessa luz, só de luz adivinhada,
infância humana,
humana madrugada.
Presépio é qualquer berço
onde a nudez do mundo tem calor
e o amor recomeça.
Leva-me, pois, depressa,
através do deserto desta vida,
à Belém prometida...
… Ou és tu a promessa?
Miguel
Torga, Coimbra, Natal de 1959
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