Papa Francisco
Durante a nossa vida causamos transtornos
na vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras
inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem
intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro, a
história do outro.
Parece que o mundo gira em torno dos nossos
desejos e o outro é apenas um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos
prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história
vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também
causa transtornos.
E, às vezes, um tijolo cai e magoa-nos.
Outras vezes, é a cal ou o cimento que o
nosso rosto.
E quando não é um, é outro.
E o tempo todo nós temos que nos limpar e
cuidar das feridas, assim como os outros que convivem connosco também têm de
fazer.
Os erros dos outros, os meus erros.
Os meus erros, os erros dos outros.
Esta é uma conclusão essencial: todas as
pessoas erram.
A partir desta conclusão, chegamos a uma
necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os transtornos são muitas
vezes involuntários.
Que os erros dos outros são semelhantes aos
meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante.
Se nos preocupamos com o que passou, com a
poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado.
E será um desperdício.
O convite que faço é que experimente a
beleza do perdão.
É um banho na alma!
Deixa-nos leves!
Se eu errei, se eu o magoei, se eu o
julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos…
Estou em construção!
Papa Francisco
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