segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Como jejuar em tempo de Quaresma

Como devem jejuar os discípulos de Cristo


«Há realmente um jejum não corporal e uma temperança não material: a abstinência do mal pela alma convertida. Foi justamente em vista desta que nos foi prescrita a abstinência de alimentos. Por isso jejuai do mal; sede fortes contra os desejos incompatíveis; repeli o ganho ilícito; matai de fome a avareza dos dinheiro; nada haja em tua casa fruto de violência ou de roubo. Que te adianta se não dás carne ao corpo, mas mordes o irmão pela maledicência? Ou que vantagem se não comes do que é teu, e tomas injustamente aquilo que é do pobre? Que piedade é esta que só bebe água, mas trama enganos e tem sede de sangue pela perversidade?




...O temor de Deus ensine a língua a proferir aquilo que convém, a não dizer coisas vãs, a conhecer o tempo favorável e não só a medida, mas a palavra necessária e a resposta sensata. Não falar às tontas, não caiam as palavras como granizos violentos sobre os passantes. Pois para isto bem se chama freio aquela débil membrana que liga a mandíbula à língua para não falar sem ordem nem oportunidade. Bendiz, não amaldiçoes. Salmodia, não blasfemes. Felicita, não critiques. Que as mãos precipitadas sejam retidas, como que com cadeias, pela lembrança de Deus. Jejuamos também porque nosso Cordeiro foi vilipendiado com insultos o bofetadas, antes dos cravos. Assim devemos jejuar, nós, os discípulos de Cristo».


S. Gregório de Nissa (c. 335-395)
Seleção e tradução: Fr. Isidro Lamelas, OFM, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa

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