Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia. Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção. Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
2 comentários:
No respeito e amor ao próximo está a nossa liberdade. A verdadeira e grande revolução é o Amor!
Lindo...
Existem prados verdes dentro de nós, onde podemos correr, saltar, brincar, refugiar-nos... Searas, serras, rios...
Apenas nos esquecemos de os visitar...
Luz.
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