sábado, 4 de agosto de 2012

Meditação: o mantra


Como sugeri, a oração não consiste em falar com Deus, mas em escutar e estar com Deus. Esta compreensão simples da oração encontra-se por detrás do conselho de João Cassiano de que, se quisermos orar e ouvir, devemos tornar-nos tranquilos e sossegados, recitando um pequeno verso, repetidas vezes. Cassiano recebeu este método como algo que já era uma tradição antiga e bem estabelecida na sua própria época, uma tradição universal duradoura. Cerca de mil anos depois de Cassiano, o autor inglês de A nuvem do não saberrecomenda a repetição de uma pequena palavra: «Devemos orar na altura, na profundidade, na extensão e na largura do nosso espírito [diz ele], não com muitas palavras, mas com uma só» (A nuvem do não saber, cap. 39)....
John Main, OSB In A palavra que leva ao silêncio, ed. Pedra Angular. © SNPC | 20.07.12
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1 comentário:

Transmontana disse...

O MANTRA

Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser recetiva às vibrações muito subtis e, portanto, aumentam sua perceção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente.
(Lama Zopa Rinpoche, Wisdom Energy)

[R]ecitamos e meditamos sobre o mantra, que é o som iluminado, a fala da divindade, a união do som com a vacuidade. (...) Ele não possui uma realidade intrínseca, é simplesmente a manifestação do som puro, experienciado simultaneamente com sua vacuidade. Através do mantra, não nos apegamos mais à realidade da fala e do som encontrados no cotidiano, mas os experienciamos como sendo vazios. Então, a confusão do aspeto da fala de nosso ser é transformada na consciência iluminada.
(Kalu Rinpoche, The Dharma)


Como atuam os mantras? O som exerce um poderoso efeito sobre nosso corpo e nossa mente. E pode acalmar-nos e dar-nos prazer ou ter influência desarmoniosa, gerando uma sensação subtil de irritação. O mantra é ainda mais poderoso do que um som comum: é como uma porta que se abre para a profundidade da experiencia. Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas predeterminadas. Quando entoamos um mantra, ficamos livres para transcender os reflexos habituais. O som do mantra pode tranqüilizar a mente e os sentidos, relaxar o corpo e ligar-nos com uma energia natural e curativa.
(Tarthang Tulku, A mente oculta da liberdade)

Em alguns sistemas hindus, diz-se que os mantras são sons primordiais que possuem poder em e por si mesmos. No tantra buddhista tibetano, os mantras não têm tal poder inerente — a menos que sejam recitados por alguém com uma mente focalizada, eles são apenas sons. Porém, para as pessoas com uma atitude adequada, os mantras podem ser poderosas ferramentas que ajudam no processo de transformação.

DIVINDADE MANTRAS
Akshobhya Om Akshobhya Hum