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sexta-feira, 17 de julho de 2015
Lar Nossa Senhora da Lapa
COMPROMETIDOS
COM A MISERICÓRDIA
Acolhidos na
misericórdia de Deus, e transformados por ela, somos convidados a contemplar a
compaixão de Jesus pela multidão e a fazê-la nossa também. A outra face da
misericórdia com que somos amados por Deus é o amor que nos aproxima dos demais
e nos leva ao encontro das suas alegrias e tristezas, dos seus sofrimentos e
necessidades. Em Fátima, é esse o desafio que nos deixa a Virgem do Rosário: a
oferecer-mo-nos a Deus pelos irmãos. Ao contemplar a resposta resoluta dos
pastorinhos, somos levados ao compromisso com a missão compassiva de Jesus.
Virgem Peregrina na Capela da Santa Casa da Misericórdia
Momento de adoração
A palavra-chave do acontecimento-Fátima é a
Misericórdia.
Em Fátima, o Deus da misericórdia irrompeu
como luz para um mundo desencontrado, trazendo, nas palavras da Virgem Maria,
uma promessa de encontro. O Segredo de Fátima é o amor de Deus pela humanidade;
por cada mulher, por cada homem. Na linguagem simples da Mensagem, nos gestos
singelos da Senhora de Fátima, o mistério de Deus toca o mistério do homem com
a promessa de que o amor vence o ódio e transforma os corações de cada um. É do
milagre desse encontro permanente que nos fala a Irmã Lúcia:
«É nesse mar [de Deus] que eu vivo, aí me
submergi e nunca mais daí saí. Ele me tomou em seus braços de Pai e me conduziu
por onde me quis levar. Nele acreditei, a ele me entreguei até que queira
transportar-me e levar-me a esse novo dia, onde hei de servi-lo, adorá-lo e
amá-lo para sempre sem fim.» (Como vejo a mensagem, 18)
O desafio que daí nasce é o de se deixar
transformar por esse encontro amoroso com Deus e se comprometer com os seus
desígnios de misericórdia para cada mulher e cada homem. Ao adorarmos a presença
daquele que se fez Dom Eucarístico, recordamos o jeito singelo com que os
pastorinhos se encontravam com Jesus escondido e alimentavam aí, na força desse
encontro íntimo, o seu sacrifício, isto é, o dom de si pelos irmãos. A
intimidade desses encontros deu frutos de vida abundante para eles e para
muitos que, através deles, saborearam a Misericórdia do coração de Deus.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
O Adeus à Virgem Nossa Senhora de Fátima
«A
Mãe de Nosso Senhor vem até nós! E também nós, como filhos, exclamamos à
maneira de Isabel: «Bendita é tu entre as mulheres»! Há quase cem anos – num
contexto mundial de guerra e de distanciamento de Deus – a Virgem Maria
apareceu a três crianças na Cova da Iria. Trouxe consigo a mensagem do amor e
da misericórdia de Deus; trouxe consigo a expressão e afirmação maternal de que
Deus não desistiu nunca da humanidade. Mas trouxe consigo também, à liberdade
da humanidade, os pedidos de oração, penitência e conversão.
Foi
o clamor do filhos que fez a Mãe falar. Muitos de nós aprendemos a rezar
conduzidos pela Mãe do Céu. Foi por ela que melhor entendemos e acolhemos Jesus
Cristo, foi por ela que melhor confiámos a Deus a nossas vidas.
Se a dramaticidade da história dos homens não tem de
ter, necessariamente e a priori, um desfecho negativo, teremos, no
entanto, de convergir para o facto de que ela se constitui como uma ameaça para
a felicidade humana. Transversalmente a épocas,
continentes e experiências humanas,
as guerras e destruições de povos e da própria
natureza são uma das expressões dos dramas mal resolvidos.
É aqui que a Mensagem de Fátima aparece e pode ser
lida como o triunfo do amor nos dramas da história, uma expressão da
misericórdia de Deus, um eco do Evangelho para o nosso
tempo, uma mensagem que se
«destina de modo particular aos homens do nosso século, marcado pelas guerras, pelo ódio, pela violação dos
direitos fundamentais do homem,
pelo enorme sofrimento de homens e nações e, por fim, pela luta contra Deus até à negação da sua
existência».
«Fátima apresenta-se como um sinal de Deus
para a nossa geração, uma palavra profética para o nosso tempo, uma
intervenção divina na história
da humanidade mediante o rosto materno de Maria».
Foi o clamor dos filhos que fez falar a Mãe,
dizia-nos João Paulo II.» Texto do Santuário de FátimaVirgem Peregrina em Vila Flor
«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E
donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou
aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz
de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do
Senhor» (Lc 1,42-45).
«A
Mãe do meu Senhor» é o que Isabel chama a Maria. Título que corresponde à sua
missão única, absolutamente nova e absolutamente original: ser Mãe do Filho de
Deus que vem para salvar o mundo. E, por isso, logo após a saudação de Isabel,
Maria entoa o Magnificat cuja finalidade é cantar e enumerar as imensas
maravilhas que Deus realiza na vida daqueles que O deixam entrar no
seu coração.
A
humanidade, cada um de nós, é uma ânsia de harmonia.
Harmonia
connosco, harmonia com os outros, harmonia com a criação e, sobretudo, harmonia
com Deus. Quando estamos bem connosco, com os outros e com Deus, sentimos que
os horizontes do nosso viver se alargam e que a felicidade passa de simples
promessa a vocação e a experiência construída.
Como
humanidade e como pessoas temos muito mais a ver com o amor do que com o ódio;
temos muito mais a ver com a paz do que com a agressividade; temos muito mais a
ver com o acolhimento do que com a indiferença. Somos imagem e semelhança de
Deus.
Mas,
como humanidade, também sabemos, e por experiência, que os nossos desejos às
vezes se baralham e que, muitas vezes, acabamos por preferir coisas e tomar
atitudes que contradizem a nossa vocação.
Sabemos
que a indiferença entra nas nossas relações; sabemos, por experiência, que a
inveja nos conduz à agressão; sabemos que a vaidade nos leva a esquecer os
outros. E, mesmo sem querer, às vezes, dependendo da nossa liberdade, acabamos
por construir uma história de infelicidade.
E
a nossa vocação é outra. Então clamamos a Deus e pedimos ajuda. Deus quer
construir com a humanidade uma história para a eternidade. Nós, às vezes,
queremos construir com Deus uma história apenas para aliviar determinados
momentos de sofrimento. Mas Deus insiste e permanentemente nos procura. E em
Maria, Mãe de Jesus, Deus estabelece com a humanidade uma ponte permanente que
nos faz experimentar como é bom viver junto de Deus e com os outros como
irmãos.» Texto do Santuário de Fátima
Virgem Peregrina Nossa Srª Fátima no Santuário Nª Srª Assunção
Numa grande manifestação de fé e devoção, com vários milhares de pessoas, oriundos desta Unidade Pastoral de Vila Flor, um grande grupo da U. P. de Carrazeda de Ansiães, e tantos devotos que vieram até nós, acolheram a Virgem Peregrina Nossa Senhora de Fátima, no mais belo Santuário da nossa Diocese.
Introdução à Procissão de velas
Somos um povo que
caminha, Igreja que peregrina. As procissões são a experiência sensível dessa
nossa identidade. Todos nós, batizados, somos permanentemente peregrinos de um
encontro mais forte e mais pleno com Deus porque, todos nós, batizados, somos
também peregrinos da nossa própria verdade.
Nesta escola da
aprendizagem do amor e da verdade, a Virgem Maria é Mãe e é Mestra. Quando nos
deixamos acompanhar pela Mãe do Céu, aproxima-mo-nos sempre mais de Jesus e
percebe-mo-nos sempre melhor a nós próprios. É por isso que, nos caminhos que
fazemos – símbolo de todas
as nossas caminhadas para Deus –, nos fazemos acompanhar pela Mãe de Deus cuja
presença aqui se torna sensível na imagem da Virgem Peregrina.
Aprender a dar
tempo ao tempo é a grande sabedoria dos peregrinos, dos que caminham: não
perder tempo, mas também não embarcar em corridas que esgotam antes do tempo;
ir pela vida, passo a passo, pacientemente, sem desesperos e sem precipitações;
ir, sem ansiedades banais e sem dispersar as forças; ir com a certeza de que se
chegará.
O peregrino confia
em Deus, põe esperança em cada passo, sente-se caminhar ao lado de tantos que
procuram a verdade e a sabedoria, sabe que não vai sozinho, no caminho que faz
com os pés e na vida que constrói com as opções.
O peregrino tem um
objetivo, uma meta; e tem, por isso, aquela tranquilidade persistente que acaba
por vencer as dificuldades e que faz com que em cada gesto se coloque amor e
serenidade.