Não te peço mapas,
peço-te caminhos.
O gosto dos caminhos
recomeçados, com as suas surpresas, suas mudanças, sua beleza.
Não te peço coisas
para segurar,
mas que as minhas
mãos vazias se entusiasmem na construção da vida.
Não te peço que
pares o tempo na minha imagem predilecta,
mas que ensines meus
olhos a encarar cada tempo como uma nova oportunidade.
Afasta de mim as palavras
que servem apenas para evocar cansaços, desânimos, distâncias.
Que eu não pense
saber já tudo acerca de mim ou dos outros.
Mesmo quando eu não
posso ou quando eu não tenho,
sei que posso ser,
ser simplesmente.
É isso que eu te
peço, Senhor: a graça de ser."
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