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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu



"Descalço venho dos confins da infância
Que a minha infância ainda não morreu.
Atrás de mim em face ainda há distância
Menino Deus, Jesus da minha infância,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu
 
Venho da estranha noite dos poetas,
Noite em que o mundo nunca me entendeu
Vê trago as mãos vazias dos poetas.
Menino Deus, amigo dos poetas,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu

 
Feriu-me um dardo, ensanguentei as ruas
Onde o demónio em vão me apareceu.
Porque as estrelas todas eram suas
Menino irmão dos que erram pelas ruas
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu

 
 Quem te de ignorar ignora os que são tristes
Ó meu irmão Jesus, triste como eu
Ó meu irmão, menino de olhos tristes,
Nada mais tenho além dos olhos tristes
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu!"
                                                                 Pedro Homem de Mello

 

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