Tenho ao cimo da escada, de maneira Que logo, entrando, os olhos me dão nela, Uma Nossa Senhora de madeira, Arrancada a um Calvário de Capela.
Põe as mãos com fervor e angústia. O manto cobre-lhe a testa, os ombros, cai composto; E uma expressão de febre e espanto Quase lhe afeia o fino rosto.
Mãe de Deus, seus olhos enevoados Olham, chorosos, fixos, muito além ... E eu, ao passar, detenho os passos apressados, Peço-lhe – “A Sua bênção, Mãe !”
Sim, fazemo-nos boa companhia E não me assusta a Sua dor: quase me apraz O Filho dessa Mãe nunca mais morre. Aleluia ! Só isto bastaria a me dar paz.
- “Porque choras, Mulher ?” – docemente a repreendo. Mas à minh’alma, então, chega de longe a sua voz Que eu bem entendo: -“Não é por Ele” ... “Eu sei ! Teus filhos somos nós”.
"Trata-se de um livro que junta a história com alguma ficção, mas que ilustra o que foram as romarias ao cabeço do santuários nas décadas de cinquenta, sessenta e setenta, do século passado. Começa por fazer uma abordagem da história do cabeço onde está erigido o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, ilustrando depois os ambientes que se viviam no percurso para a romaria, no decorrer desta, e no regresso a casa. A linguagem utilizada é a da época, com expressões muito características já muito pouco usadas e quase nunca escritas. Mais para o final do livro são abordados alguns temas teológicos. Usaram da palavra o Dr. Pimentel, Presidente da Câmara, o Prof. Abílio Evaristo, Presidente da Junta de Freguesia de Vilas Boas, o Pe. Jorge Delfim, reitor do Santuário, Pe Maia e o autor, Pe Leite. Nas várias intervenções foi realçado o testemunho de vida do Sr. Padre Leite e a importância do livro A Romaria do Cabeço para a história do Santuário."
À descoberta de Vila Flor, da autoria do prof. Aníbal Gonçalves.
Eu li e gostei muito! Revivi a infâcia e as idas à festa do Cabeço, com uma grande gratidão para quem trouxe à minha memória expressões e termos usados na minha meninice e que hoje já não se ouvem! Obrigada, Sr. Padre Leite!
ResponderEliminarÓ senhora d’ Assenção,
Qu’estais lá no Cabecinho,
Botai a bossa benção
A quem bai cá no caminho.
Ó Senhora d’Assenção,
Mandai barrer as areias.
Já lá rompi os sapatos
Num quero romper as meias.
Ó Senhora d’Assenção,
O Vosso Cabeço cai…
Mandai-o alevantar
Com a gente que aqui vai
Grupo coral da Igreja Matriz de Vila Flor, aquando da apresentação do livro "A romaria do cabeço" do Sr. Padre Joaquim Leite
NOSSA SENHORA
ResponderEliminarTenho ao cimo da escada, de maneira
Que logo, entrando, os olhos me dão nela,
Uma Nossa Senhora de madeira,
Arrancada a um Calvário de Capela.
Põe as mãos com fervor e angústia.
O manto cobre-lhe a testa, os ombros, cai composto;
E uma expressão de febre e espanto
Quase lhe afeia o fino rosto.
Mãe de Deus, seus olhos enevoados
Olham, chorosos, fixos, muito além ...
E eu, ao passar, detenho os passos apressados,
Peço-lhe – “A Sua bênção, Mãe !”
Sim, fazemo-nos boa companhia
E não me assusta a Sua dor: quase me apraz
O Filho dessa Mãe nunca mais morre. Aleluia !
Só isto bastaria a me dar paz.
- “Porque choras, Mulher ?” – docemente a repreendo.
Mas à minh’alma, então, chega de longe a sua voz
Que eu bem entendo: -“Não é por Ele” ...
“Eu sei ! Teus filhos somos nós”.
José Régio
ResponderEliminarA ROMARIA DO CABEÇO
"Trata-se de um livro que junta a história com alguma ficção, mas que ilustra o que foram as romarias ao cabeço do santuários nas décadas de cinquenta, sessenta e setenta, do século passado. Começa por fazer uma abordagem da história do cabeço onde está erigido o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, ilustrando depois os ambientes que se viviam no percurso para a romaria, no decorrer desta, e no regresso a casa. A linguagem utilizada é a da época, com expressões muito características já muito pouco usadas e quase nunca escritas. Mais para o final do livro são abordados alguns temas teológicos.
Usaram da palavra o Dr. Pimentel, Presidente da Câmara, o Prof. Abílio Evaristo, Presidente da Junta de Freguesia de Vilas Boas, o Pe. Jorge Delfim, reitor do Santuário, Pe Maia e o autor, Pe Leite. Nas várias intervenções foi realçado o testemunho de vida do Sr. Padre Leite e a importância do livro A Romaria do Cabeço para a história do Santuário."
À descoberta de Vila Flor, da autoria do prof. Aníbal Gonçalves.
Eu li e gostei muito! Revivi a infâcia e as idas à festa do Cabeço, com uma grande gratidão para quem trouxe à minha memória expressões e termos usados na minha meninice e que hoje já não se ouvem!
Obrigada, Sr. Padre Leite!