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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Se der um pouco de amor

3 comentários:

  1. Boa Tarde....

    Lindo vídeo...... e tão importante...



    Um gesto tão simples mas tão grande..... Que sara todo o tipo de magoa ou dor.....


    Um bom resto de dia bjs..

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  2. Sempre é preciso saber
    quando uma etapa chega ao final.

    Se insistirmos em permanecer nela
    mais do que o tempo necessário,
    perdemos a alegria
    e o sentido
    das outras etapas que precisamos viver.

    Encerrando ciclos,
    fechando portas,
    terminando capítulos,
    não importa o nome que damos.
    O que importa é deixar no passado
    os momentos da vida que já se acabaram.

    Foi despedido do trabalho?
    Terminou uma relação?
    Deixou a casa dos pais?
    Partiu para viver em outro país?
    A amizade tão longamente cultivada
    desapareceu sem explicações?
    Você pode passar muito tempo
    se perguntando por que isso aconteceu.
    Pode dizer para si mesmo
    que não dará mais um passo
    enquanto não entender as razões
    que levaram certas coisas,
    que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
    serem subitamente transformadas em pó.

    Mas tal atitude
    será um desgaste imenso para todos:
    seus pais, seu marido ou sua esposa,
    seus amigos, seus filhos, sua irmã...
    Todos estarão encerrando capítulos,
    virando a folha,
    seguindo adiante,
    e todos sofrerão ao ver que você está parado.

    Ninguém pode estar ao mesmo tempo
    no presente e no passado,
    nem mesmo quando tentamos
    entender as coisas que acontecem conosco.

    O que passou não voltará:
    não podemos ser eternamente meninos,
    adolescentes tardios,
    filhos que se sentem culpados
    ou rancorosos com os pais,
    amantes que revivem
    noite e dia
    uma ligação com quem já foi embora
    e não tem a menor intenção de voltar.

    As coisas passam
    e o melhor que fazemos
    é deixar que elas realmente possam ir embora.

    Por isso é tão importante
    (por mais doloroso que seja!)
    destruir recordações,
    mudar de casa,
    dar muitas coisas para orfanatos,
    vender ou doar os livros que tem.

    Tudo neste mundo visível
    é uma manifestação do mundo invisível,
    do que está acontecendo em nosso coração
    e o desfazer-se de certas lembranças
    significa também abrir espaço
    para que outras tomem o seu lugar.
    Deixar ir embora.
    Soltar.
    Desprender-se.
    Ninguém está jogando
    nesta vida com cartas marcadas.
    Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

    Não espere que devolvam algo,
    não espere que reconheçam seu esforço,
    que descubram seu gênio,
    que entendam seu amor.

    Pare de ligar sua televisão emocional
    e assistir sempre ao mesmo programa,
    que mostra como você sofreu com determinada perda:
    isso o estará apenas envenenando
    e nada mais.

    Não há nada mais perigoso
    que rompimentos amorosos que não são aceitos,
    promessas de emprego
    que não têm data marcada para começar,
    decisões que sempre são adiadas
    em nome do "momento ideal".

    Antes de começar um capítulo novo
    é preciso terminar o antigo:
    diga a si mesmo que o que passou,
    jamais voltará.

    Lembre-se de que houve uma época
    em que podia viver sem aquilo,
    sem aquela pessoa...
    Nada é insubstituível,
    um hábito não é uma necessidade.

    Pode parecer óbvio,
    pode mesmo ser difícil,
    mas é muito importante.

    Encerrando ciclos.
    Não por causa do orgulho,
    por incapacidade, ou por soberba.
    Mas porque simplesmente
    aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

    Feche a porta,
    mude o disco,
    limpe a casa,
    sacuda a poeira.

    Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

    PAULO COELHO

    Achei lindo e partilho!

    Um resto de dia feliz1

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  3. ...E é tão simples, dar um pouco de amor!...


    Um Pouco Mais de Nós

    Podes dar uma centelha de lua,
    um colar de pétalas breves
    ou um farrapo de nuvem;
    podes dar mais uma asa
    a quem tem sede de voar
    ou apenas o tesouro sem preço
    do teu tempo em qualquer lugar;
    podes dar o que és e o que sentes
    sem que te perguntem
    nome, sexo ou endereço;
    podes dar em suma, com emoção,
    tudo aquilo que, em silêncio,
    te segreda o coração;
    podes dar a rima sem rima
    de uma música só tua
    a quem sofre a miséria dos dias
    na noite sem tecto de uma rua;
    podes juntar o diamante da dádiva
    ao húmus de uma crença forte e antiga,
    sob a forma de poema ou de cantiga;
    podes ser o livro, o sonho, o ponteiro
    do relógio da vida sem atraso,
    e sendo tudo isso serás ainda mais,
    anónimo, pleno e livre,
    nau sempre aparelhada para deixar o cais,
    porque o que conta, vendo bem,
    é dar sempre um pouco mais,
    sem factura, sem fama, sem horário,
    que a máxima recompensa de quem dá
    é o júbilo de um gesto voluntário.

    E, afinal, tudo isso quanto vale ?
    Vale o nada que é tudo
    sempre que damos de nós
    o que, sendo acto amor, ganha voz
    e se torna eterno por ser único e total.

    José Jorge Letria

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