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terça-feira, 3 de julho de 2012

O medo do silêncio



“Anunciai sempre o evangelho; se necessário, usai palavras”

            A expressão é atribuída a São Francisco de Assis. Muitas vezes, o silêncio acompanhado das obras, é bem mais eloquente que muitos discursos. Paulo VI escreveu que «o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou, então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas». Não é raro dizer-se que «as palavras convencem mas o exemplo arrasta».
            Vivemos numa sociedade do ruído. Na rua, é o ruído dos carros; no carro, é o ruído da rádio; em casa, é o ruído da televisão… Esta paixão pelo ruído transforma-se numa fobia do silêncio: é preciso dizer sempre qualquer coisa para «não ficar calados», é preciso ouvir sempre qualquer coisa no ipod para não «perder o tempo». Até já na conversa diária usamos o ipod num dos ouvidos, não queremos perder nada... a conversa e a música... Num dos passeios anuais com os alunos, pude constatar esse "medo" do silêncio.  
E, no entanto, o silêncio é o terreno onde a palavra é gerada e se desenvolve. Ou, talvez, ao contrário, a palavra só serve para fecundar o silêncio. Um provérbio árabe diz «fala apenas se tiveres algo a dizer mais belo do que o silêncio».
Deixar o ruído e procurar o silêncio é um exercício que nos poderá fazer muito bem... e que tal se fizessemos essa experiência?

2 comentários:

  1. Todos nós,necessitamos escutar mais vezes a voz do silêncio!

    A GRANDEZA DO SILÊNCIO!!!

    O silêncio é doçura:
    Quando não respondes às ofensas,
    Quando não reclamas os teus direitos,
    Quando deixas a Deus a defesa da tua honra.
    O silêncio é misericórdia:
    Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
    Quando perdoas sem remoer o passado,
    Quando não condenas, mas intercedes em segredo.
    O silêncio é fé:
    Quando te apagas, sabendo que é DEUS quem age…
    Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença…
    Quando te basta que só Ele te compreenda.

    Fênix Faustine

    Um dia feliz

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  2. O VALOR DO SILÊNCIO

    Deus é silencioso e no entanto fala
    Quando a palavra de Deus se faz «o murmúrio de uma brisa suave», ela é mais eficaz do que nunca para transformar os nossos corações. A tempestade do monte Sinai abria fendas nos rochedos, mas a palavra silenciosa de Deus é capaz de quebrar os corações de pedra. Para o próprio Elias, o silêncio súbito era provavelmente mais temível do que a tempestade e o trovão. As poderosas manifestações de Deus eram-lhe, em certo sentido, familiares. É o silêncio de Deus que desconcerta, porque é muito diferente de tudo o que Elias conhecia até então.

    O silêncio prepara-nos para um novo encontro com Deus. No silêncio, a palavra de Deus pode atingir os recantos escondidos dos nossos corações. No silêncio, ela revela-se «mais penetrante do que uma espada de dois gumes, penetra até à divisão da alma e do corpo» (Hebreus 4,12). Fazendo silêncio, deixamos de esconder-nos diante de Deus, e a luz de Cristo pode atingir, curar e mesmo transformar aquilo de que temos vergonha.

    Encontros em Taizé

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