O vento sopra contra
As janelas fechadas
Na planície imensa
Na planície absorta,
Na planície que está morta
E os cabelos do ar ondulam loucos
Tão compridos que dão a volta ao mundo
Sento-me ao lado das coisas
E bordo toda a noite a minha vida
Aqueles dias tecidos
Que tinham um ar de fantasia
Quando vieram brincar dentro de mim
E o vento contra as janelas
Faz-me pensar que eu talvez seja um pássaro.
Sophia de Mello Breyner
in: "Obra Poética I", Caminho 1999
As janelas fechadas
Na planície imensa
Na planície absorta,
Na planície que está morta
E os cabelos do ar ondulam loucos
Tão compridos que dão a volta ao mundo
Sento-me ao lado das coisas
E bordo toda a noite a minha vida
Aqueles dias tecidos
Que tinham um ar de fantasia
Quando vieram brincar dentro de mim
E o vento contra as janelas
Faz-me pensar que eu talvez seja um pássaro.
Sophia de Mello Breyner
in: "Obra Poética I", Caminho 1999
Boa tarde!
ResponderEliminarAgora ando a tentar conhecer Fernando Pessoa:
O que Me Dói não É O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Goze este lindo dia de sol!
Anita
Bonito poema!
ResponderEliminar"Um dos méritos da poesia, que muita gente não percebe, é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras…”
Voltaire
Uma boa noite