BAILADO
Quebrada pela cintura
Abre em dois frutos o peito.
E o seu calcanhar procura
A ponta do pé direito.
O vento dá-lhe na cara,
Escondida pelo lenço.
E o luar, que a decepara,
Deixa-lhe o busto suspenso...
Os olhos, como hei-de vê-los,
Se os desejos, menos vãos,
Morrem só por que os cabelos
Nos deixam sombras nas mãos?
Indizível, mas perfeito
Indício de formusura!
Abre em dois frutos o peito,
Quebrada pela cintura...
Pedro Homem de Mello
Quebrada pela cintura
Abre em dois frutos o peito.
E o seu calcanhar procura
A ponta do pé direito.
O vento dá-lhe na cara,
Escondida pelo lenço.
E o luar, que a decepara,
Deixa-lhe o busto suspenso...
Os olhos, como hei-de vê-los,
Se os desejos, menos vãos,
Morrem só por que os cabelos
Nos deixam sombras nas mãos?
Indizível, mas perfeito
Indício de formusura!
Abre em dois frutos o peito,
Quebrada pela cintura...
Pedro Homem de Mello
Boa tarde!
ResponderEliminarBela, a poesia de Pedro Homem de Mello!
Mando um poema que me sensibiliza bastante:
Os Amigos Infelizes
Andamos nus, apenas revestidos
Da música inocente dos sentidos.
Como nuvens ou pássaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.
No entanto, em nós, o canto é quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.
Nunca para vingar as próprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida às flores.
E a noite chega! Ao longe, morre o dia...
A Pátria é o Céu. E o Céu, a Poesia...
E há mãos que vêm poisar em nossos ombros
E somos o silêncio dos escombros.
Ó meus irmãos! em todos os países,
Rezai pelos amigos infelizes!
Pedro Homem de Mello, in "Os Amigos Infelizes"
Goze o sol deste dia, porque está, para breve, a mudança do tempo!
Anita