Se deste outono uma folha, apenas uma, se desprendesse da sua cabeleira ruiva, sonolenta, e sobre ela a mão com o azul do ar escrevesse um nome, somente um nome, seria o mais aéreo de quantos tem a terra, a terra quente e tão avara de alegria.
Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti. Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o própro coração?
E não pude levantá-la! Choro pelo que não fiz. E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz. Perdoa-me, folha seca! Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão...
Tu és a folha de outono voante pelo jardim. Deixo-te a minha saudade - a melhor parte de mim. Certa de que tudo é vão. Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão...
Olá...
ResponderEliminarLindo poema.....
Não conhecia..têm simplicidade...
gostei muito....
O nome que escreveria é aquele que esta no coração... que por mais voltas que a vida leve..ele permanece....é puro..
A imagem... bonita..o Céu..... lindo.... lembra tanta coisa....a saudade... encontra-se ,mas olhando o Céu fica mais calma....
Obrigada pela partilha... :)
Boa noite...de paz...com essa que se encontra olhando..esse céu...
bjs.
Bom dia!
ResponderEliminarCANÇÃO DE OUTONO
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles
Um feliz dia de Outono!
Anita