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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quando eu



Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo

Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.

Alberto Caeiro
( Enviada por Anita a "Transmontana" Obrigada


2 comentários:

  1. Olá bom dia...... este poema é lindo.......
    Salmo 41
    A minha alma tem sede de Deus vivo.


    "És Tu, e só tu,
    a meta dos meus passos
    e da minha busca
    És Tu , e só Tu,
    quem eu desejo.
    Preciso de Ti para avançar
    pelas estradas da vida
    sem me perder"

    "Ás vezes a vida perde sabor.Os sonhos parecem inúteis
    E o Evangelho parece que perdeu a marca da novidade
    É como se Deus morasse muito longe de mim.
    E troco o amor pela agressão e o domínio sobre os outros
    E começo a acreditar que posso sr feliz consumindo e aparentando.
    E fico no vazio...e só sobra o desejo de partilhar contigo as minhas feridas"

    Ed Salesianas

    Um bom dia com a luz daquele olhar que esta sempre por perto JESUS...
    linda a imagem.....

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  2. Bom dia!

    Hoje escolhi Álvaro de Campos:

    Poema

    Todas as cartas de amor são
    Ridículas.
    Não seriam cartas de amor se não fossem
    Ridículas.

    Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
    Como as outras,
    Ridículas.

    As cartas de amor, se há amor,
    Têm de ser
    Ridículas.

    Mas, afinal,
    Só as criaturas que nunca escreveram
    Cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    Quem me dera no tempo em que escrevia
    Sem dar por isso
    Cartas de amor
    Ridículas.

    A verdade é que hoje
    As minhas memórias
    Dessas cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    (Todas as palavras esdrúxulas,
    Como os sentimentos esdrúxulos,
    São naturalmente
    Ridículas).

    Álvaro de Campos

    Tenha um dia sem medo de ser ridículo!!!

    Anita

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