Dar para receber...

… Pois é dando que se recebe…, a frase é de Francisco, o de Assis. Hoje quase ninguém procura o sentido desta permuta, o valor e a riqueza inesgotável desta troca. O ‘conquistador’ deixa sempre pelo caminho a generosidade. Ela é a nobre espada da conquista, o impulso de grandeza de um coração. Acerca disto, conta-se que Antoine Saint-Exupéry, célebre escritor francês, autor do conto universal ‘O Principezinho’, durante o tempo em que trabalhou na África central como piloto de aviação postal, levou a efeito uma recolha de fundos entre os seus amigos da base aérea, para ajudar um trabalhador marroquino que pretendia regressar à sua terra natal, pois este não possuía meios para tal. Mil francos foi quanto Saint-Exupéry conseguiu juntar. Na base, um dos pilotos ficou encarregado de o levar até Casablanca. Voltando de regresso à base o piloto contou o que tinha sucedido àquele empregado marroquino: ‘assim que chegou foi jantar no melhor restaurante da cidade e pagou bebidas para todos. Com o restante que sobrou comprou presentes para as crianças. Este homem não tinha a noção do que é economizar’. ‘Pelo contrário’, corrigiu Saint-Exupéry, ‘ele sabia que o melhor investimento do mundo são as pessoas. Gastando assim conseguiu ganhar o respeito dos seus conterrâneos, que lhe darão um emprego. Afinal só um vencedor pode ser tão generoso”. (Manuel Augusto)