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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fé - primeira parte

Perante tantos dilemas e dúvidas que tenho escutado, “O que é que a Fé traz à vida?”, aqui vai uma reflexão, que pode contribuir para esclarecer e fortalecer, “A fé como resposta ao projecto do Pai”

Experiência humana
«Se tens a ideia que é falso tudo o que pensavas sobre Deus, e que não há Deus, não te assustes por isso. Sucede assim com muitos. Se um selvagem deixa de acreditar no seu deus de madeira, não é porque não há Deus, mas porque o verdadeiro Deus não é de madeira» – Tolstoi
As estatísticas dizem-nos que 60 a 80% das pessoas afirmam ter fé, mas reduzem-na a uma simples confiança num Deus Todo-Poderoso que é o último apelo nas normais dificuldades do quotidiano. Para muitos a fé é completamente desnecessária, basta-nos a ciência, a técnica, a razão. Para alguns crentes a fé teórica consiste em acreditar nas verdades reveladas. Para um grande número a fé é apenas sentimento ou expressão poética.
( Durante vários dias aprofundaremos este tema, retirado da carta Pastoral que as famílias vão receber)

domingo, 28 de agosto de 2011

O bispo lixeiro que chegou a cardeal

«O cardeal Jàn Chryzostom Korec nasceu em Bosany, diocese de Nitra, em 22 de janeiro de 1924. Em 1949, os comunistas subiram ao poder na Checoslováquia. O jovem Jàn Korec foi, portanto, ordenado sacerdote secretamente em 1950, enquanto em 1951 se tornou o bispo mais jovem do mundo.

Uma ordenação episcopal, segundo narra o L'Osservatore Romano, “feita com muita pressa, em um apartamento, com medo de que a polícia irrompesse de um momento a outro”.

Durante 9 anos, desempenhou sua missão de sacerdote e de bispo numa fábrica, onde trabalhou como operário e depois como guarda noturno. Em 1960, foi detido, processado e condenado a 12 anos de prisão. Foi recluído num mosteiro transformado em prisão, onde havia outros 6 bispos e 200 sacerdotes.

Em seus anos de prisão, celebrou missa e, quando estava em isolamento, imaginava estar a fazer exercícios espirituais. Em 1968, com a “Primavera de Praga”, saiu da prisão gravemente doente. Para ganhar a vida, começou a trabalhar como lixeiro em Bratislava. Pela primeira vez, celebrou a missa em público.

Em 1969, chegou a reabilitação, com a qual pôde obter um passaporte para Roma, onde se encontrou com Paulo VI, o qual lhe entregou as insignias episcopais. Em 1974, no entanto, foi anulada a reabilitação e ele foi novamente preso, para cumprir os quatro anos que lhe faltavam da sentença primitiva. Libertado logo depois pelas suas más condições de saúde, continuou trabalhando como operário até os 60 anos.

João Paulo II nomeou-o bispo de Nitra em 1990 e instituiu-o cardeal em 1991. Em 1998, chamou-o ao Vaticano para pregar os exercícios espirituais da Quaresma. Durante vários anos, foi presidente da Conferência Episcopal Eslovaca.

Numa entrevista concedida a La Civiltà Cattolica (21 de fevereiro de 1987), afirmou: "Não me atribuo grandes méritos. Quanto mais passam os anos, mais vejo claro que o que tem importância pertence à graça, isto é, a Deus”.»

Este texto foi publicado ontem pela agência Zenit,a propósito dos 60 anos de ordenação episcopal do cardeal Jàn Chryzostom Korec e da carta que sobre a efeméride Bento XVI lhe enviou, considerando-o “pastor trabalhador, fiel e prudente”.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Olhar o céu

Um dia um filho perguntou ao seu pai o que era preciso fazer para se ser grande. O pai, fitando o azul do céu, respondeu: “Estás a ver como é alto o Céu? Colocas-te em bicos de pés e esticas os braços ao máximo…tentas tocar lá mesmo em cima.” O filho tentou. Não conseguiu. Vendo-o com o rosto desanimado, o pai disse: “Nunca desistas, esse é o segredo! O teu esforço em lá chegar vai ser o teu crescimento.” O filho, não satisfeito, ripostou: “Mas, significa que nunca vou atingir o Céu, não é?”. O pai, sorrindo espontaneamente, rematou: “Se não tentares nunca saberás…”.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mudemos o curso da vida



Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções,
justamente os que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda

sábado, 20 de agosto de 2011

A hora da partida


A Hora da Partida

A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Enviada por Anita "Transmontana" Obrigada

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Poesia


As Fontes

Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.

Sophia de Mello Breyner Andresen, in Poesia I, 1944

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Assunção de Nossa Senhora


«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome."... Lc 1, 39-56



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Subamos ao Monte

Aproxima-se a grande festa. Todos os caminhos vão dar ao Santuário. Procuremos vestir o traje de peregrino e subamos ao Monte; deixe-mo-nos "transfigurar" pela paisagem e pela densidade do "Encontro", sim, do encontro connosco e com os outros, na abertura e no acolhimento deste Deus. Subamos ao Monte, não como turistas, mas como pessoas em busca de Deus.
Quem procura encontra...
e já agora, deixe-se encontrar por Deus, não fuja, não se esconda, mostre-se...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Uma Casa


"Uma porta que sai do coração, que mora dentro o amor, uma outra que está a amizade, uma outra as boas virtudes, um corredor de esperança que guarnece o dia que resguarda a noite...
Uma janela para o céu, para as estrelas para o infinito e neles um sorriso teu.
Uma casa de anjos de querubins de coisa alguma que não seja o sentimento do mais puro, do mais sentido....
Um lugar de grandes alegrias, de sonhos e fantasias, uma casa que resida a paz, a vida e a harmonia.
Um lugar de riquezas de belezas, de certezas, de reis e rainhas de príncipes e princesas aonde ninguém é mais que ninguém todos são luzes multicores e nelas um gesto de amor envolto em todo os seus residentes.
Uma casa do tamanho meu, do tamanho seu, aonde a mais linda é a verdadeira forma de ser, de compreender que o amor é a vida e nela todas as casas todas as portas e janelas que nos levam à amizade.
Adenilson Rodrigues da Silva

Enviada por Anita. Obrigada

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A casa de Deus



Desenho de Arpad Szenes.

A casa de Deus está assente no chão
Os seus alicerces mergulham na terra
A casa de Deus está na terra onde os homens estão
Sujeita como os homens à lei da gravidade
Porém como a alma dos homens trespassada
Pelo mistério e a palavra da leveza

Os homens a constroem com materiais
Que vão buscar à terra
Pedra vidro metal cimento cal
Com suas mãos e pensamento a constroem
Mãos certeiras de pedreiro
Mãos hábeis de carpinteiro
Mão exacta do pintor
Cálculo do engenheiro
Desenho e cálculo do arquitecto
Com matéria e luz e espaço a constroem
Com atenção e engenho e esforço e paixão a constroem

Esta casa é feita de matéria para habitação do espírito
Como o corpo do homem é feito de matéria e manifesta o espírito

A casa é construída no tempo
Mas aqui os homens se reúnem em nome do Eterno
Em nome da promessa antiquíssima feita por Deus a Abraão
A Moisés a David e a todos os profetas
Em nome da vida que dada por nós nos é dada

É uma casa que se situa na imanência
Atenta à beleza e à diversidade da imanência
Erguida no mundo que nos foi dado
Para nossa habitação nossas invenção nosso conhecimento
Os homens constroem na terra

Situada no tempo
Para habitação da eternidade

Aqui procuramos pensar reconhecer
Sem máscara ilusão ou disfarce
E procuramos manter nosso espírito atento
Liso como a página em branco

Aqui para além da morte da lacuna da perca e do desastre
Celebramos a Páscoa

Aqui celebramos a claridade
Porque Deus nos criou para a alegria
Sophia de Mello Breyner Andresen
(in Igreja de Santa Maria,
Marco de Canaveses; poema
oferecido por Sophia à igreja;
in «Correntes D'Escritas», nº.
2, Fevereiro, 2003)




sábado, 6 de agosto de 2011

O que plantamos colhemos


"O pessimismo contagia.
O derrotismo contagia.
A desesperança contagia.

As pessoas que tem sensibilidade suficiente para enxergar auras (vibrações energéticas que envolvem os seres vivos), percebem que – antes da doença física penetrar no corpo, parte da energia vital é drenada pelo cérebro aflito e preocupado. Tudo aquilo que colocarmos no dia de hoje, nos será devolvido de alguma maneira – num ciclo muito semelhante aquele que vemos na natureza.

“O que plantamos, colhemos”, diziam nossas avós. Elas nunca escutaram palavras como ecologia. Mas nesta simples frase – “o que plantamos, colhemos” – está parte da sabedoria que o Universo nos ensina.

Cada momento de nossa realidade é diretamente influenciado pela nossa maneira de achar como uma “realidade” deve ser." Paulo Coelho

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Poema


Fernando Pessoa

"Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."

Enviada por Anita - Transmontana - Obrigada

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pensamento


"Um filósofo deve pensar somente após certificar-se de que está com os pés fincados na terra. Bem plantados na terra!" (Armindo Trevisan)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pensamento


"Nosso futuro depende, em grande medida, de nossa capacidade de combinar a defesa da pluralidade das culturas com o universalismo dos direitos fundamentais: políticos, sociais e culturais" (Alain Touraine).
Enviada por Anita - Transmontana. Obrigada

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pensamento

"O homem é uma travessia do enigma ao mistério" (Bruno Tolentino).
Enviada por Anita a Transmontana. Obrigada

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ai de ti


Ai de ti

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro